Se a comemoração de 40 anos de existência é importante para a nossa vida pessoal, imaginem a importância desta comemoração para uma categoria.
Os vigilantes comemoram 40 anos, pois foi nesta data que foi sancionada a Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, que regula a atividade de vigilante no Brasil, embora os vigilantes já existissem décadas atrás.
.No ano de 2015, por solicitação da Confederação Nacional dos Vigilantes – CNTV, o senador Paulo Paim, apresentou um projeto de lei que definiu o dia 20 de junho como dia do vigilante, mesma data da promulgação da lei nº 7.102/83. Este projeto de lei se tornou a lei federal 13.136/2015, sancionada pela Presidenta Dilma Rousseff e muito embora os vigilantes já possuíssem leis municipais, estaduais e convenções coletivas, definindo este dia como o “nosso dia”, foi muito importante este reconhecimento a nível nacional.
Nós, vigilantes, que por muitas vezes somos “invisíveis” e quando convém, considerados “trabalhadores essenciais”, comemoramos o dia de hoje, sem nos esquecermos que ainda a muito a se lutar.
Estes 40 anos não foram fáceis, estamos crescidos, nos cansamos, largamos o quentinho de nossos lares para passar a noite acordados, muitas vezes sem ter onde sentar, para sobreviver, tivemos que sobreviver, presenciamos tragédias e perdemos amigos, lutamos para defender vidas e patrimônios alheios, luta dolorosa diante do descaso, da crueldade e da desumanidade dos patrões, que se puderem sugam até nosso último suor, só que nada disso, foi suficiente para nos tirar a vontade de buscar por dias melhores e lutar por novas conquistas.
Nada veio fácil, nestes 40 anos ou nestas quatro décadas, aliás, a luta por dias melhores para os vigilantes vieram antes mesmo da promulgação da Lei 7.102/83. Temos companheiros que estão nesta luta antes destes 40 anos e que ainda hoje lutam pela categoria, como: os diretores da CNTV, José Boaventura, Moisés Alves, José Maria e Chico Vigilante, que também é deputado pelo Distrito Federal, e tantos outros, que participaram dos debates para a implantação desta lei, mesmos sem haver sindicatos, federações e confederação de vigilantes nesta época.
Hoje, somos milhões de trabalhadores e trabalhadoras preparados para atuar como vigilantes, capacitados para empresas públicas, eventos privados, no transporte de valores, escolta pessoal, segurança patrimonial e outros espaços, só que muitos chegaram agora e pegaram o caminho trilhado em boa parte, pois as lideranças surgidas com uma linha de atuação majoritariamente de esquerda, empreenderam como principal tarefa a desmilitarização da categoria, conquistando direitos trabalhistas (piso salarial, assinatura na Carteira de Trabalho, fardamento gratuito, regulação de jornada, reblindagem de carro forte, EPI Colete Balístico, Periculosidade de 30%, dentre outras coisas), organizando-se politicamente com inspiração no novo sindicalismo e somando a isso, veio em 1983, a sanção da Lei 7.102 que uniformizou em todo o território nacional a atividade de segurança privada, com currículo de formação único, controle e registro nacional das empresas, registro profissional do vigilante no Ministério do Trabalho, além de fixar limites e algumas responsabilidades. Inclusive, concordamos que esta norma precisa ser atualizada a realidade de hoje, por isso, a necessidade de aprovação do projeto que tramita no Senado Federal, conhecido como Estatuto da Segurança Privada, mas precisamos reconhecer a força e importância que este lei que completa hoje, 40 anos, teve na nossa organização.
Muitos de nossos dias nos deparamos com a hipocrisia e todo o tipo de despudor (machista, preconceituoso, discriminatório, contra a dignidade do trabalho e das pessoas, etc.), muitas vezes somos expostos aos mais diversos riscos, padecendo muitas vezes de baixos salários, falta de vínculo empregatício, acidentes laborais, entre outros desafios, precisamos defender nossa aposentadoria especial, leis anti calotes, piso salarial nacional, mas estas são lutas que vamos lutar amanhã, hoje, vamos nos permitir comemorar nossas conquistas e termos chegado até aqui, vamos festejar ser uma categoria forte e aguerrida, com profissionais fundamentais para a vida da população e que realizam suas atividades de forma abnegada em todos os lugares: desde terminais rodoviários, a aeroportos, hospitais, bancos, ministérios, fazendo transporte de valores, no transporte aquaviário e no transporte aéreo, entre vários outros.
VIVA OS VIGILANTES DO BRASIL!
VIVA O 20 DE JUNHO
José Boaventura Santos
Presidente da CNTV – Confederação Nacional dos Vigilantes
Fonte: www.cntv.org.br